dentadura

→ Reabilitação Oral – parte II: prótese total (dentadura)

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A reabilitação oral, como já foi discutido, tem como objetivo recuperar os aspectos funcionais e estéticos da cavidade bucal. Já iniciamos o assunto sobre este tema debatendo sobre prótese dentária fixa. Caso não tenha lido, clique aqui para e informar mais sobre o assunto. Iremos discutir hoje sobre prótese total (a famosa dentadura ).

A segunda parte do tema reabilitação oral constará informações sobre as próteses totais fixas ou removíveis, conhecidas popularmente como dentaduras. Trata-se do pior patamar na cavidade oral, no que diz respeito aos aspectos funcionais e estéticos, pois nesta situação, o indivíduo perdeu todos os dentes, de uma ou das duas arcadas. 

A recuperação não se dá somente nos aspectos citados acima, mas também no quesito psicológico. Indivíduos edêntulos (sem dentes) tem uma menor qualidade de vida, quando comparado aos dentados ou parcialmente dentados.
A ideia deste tipo de prótese dentária é que ele se aproxime de dentes naturais e que seja algo imperceptível.
 

1 – O que é prótese total (dentadura)? 

As próteses totais, assim como os demais tipos de próteses dentárias, tem como objetivo recuperar funcionalmente e esteticamente a dentição a partir da colocação de dentes artificiais em um material suficientemente rígido, possibilitando que a capacidade mastigatória seja recuperada de maneira correta. A dentadura pode ser localizada em uma ou em ambas as arcadas.

 

As perdas dentárias se dão por vários motivos que já foram debatidos neste blog. Abaixo, os motivos mais comuns: 

  • Cárie dentária;
  • Doença periodontal (periodontite);
  • Patologias associadas;
  • Trama dentário.

 2 – Como se dá o preparo e colocação da dentadura?

Assim como a prótese fixa, há participação do protesista (dentista que trabalha com prótese) e do protético (auxiliar que trabalha na parte laboratorial). No primeiro momento (consulta inicial), é discutido com o cliente a necessidade do uso da prótese total e qual tipo será utilizada.

 

A partir daí, o dentista realiza uma moldagem do cliente, com intuito de copiar fielmente os detalhes anatômicos da cavidade bucal e encaminha para o protético realizar a confecção da prótese, a partir de resina acrílica e dentes artificiais. Durante este processo, o dentista participa na adaptação desta prótese, que é a parte mais difícil do processo.

Há dois tipos de próteses totais:

Próteses totais removíveis: são as mais comumente usadas, e sua retenção é mucossuportada, isto é, com auxílio das bases ósseas, tecidos moles e saliva.

Dentre os tipos de próteses (total, fixa e parcial removível), geralmente é a mais barata, porém a mais difícil de se conseguir adaptação.

Na consulta, o dentista analisa de o rebordo alveolar (base óssea) é suficiente o bastante para promover uma correta adaptação entre a prótese e os tecidos e se a interferência da língua ocasionará o insucesso do trabalho.

Este tipo de prótese dentária apresentam um tempo de vida útil de 5 anos, devendo ser reavaliado pelo dentista, para que haja realização de outra prótese total. Esta troca é necessária porque, como não existe um estímulo direto no osso, ocorre reabsorção deste, promovendo uma má adaptação da peça protética. 

Próteses totais fixas por implantes: são fixadas na base óssea por meio de implantes dentários.

Utiliza-se este recurso por escolha do cliente e/ou por escolha do profissional, mediante algum aspecto clínico que inviabilize o uso da prótese dentária convencional, como por exemplo pouca quantidade óssea ou na arcada inferior, que tem como grande vilã a língua. 

 

Tem como vantagens maior capacidade mastigatória, melhor estética, diminuição ou ausência de perda óssea pelo estímulo direto no osso a partir dos implantes e maior retenção quanto comparada às próteses totais convencionais. Em geral, apresenta um custo maior pela colocação de implante dentário. 

3 – Aspectos que devem ser levados em consideração na prótese total

 

Prótese total removível x adaptação na boca do cliente

O principal problema das próteses dentárias totais é a adaptação. No início, pode ser bastante complicada, pois os tecidos orais bem como a musculatura da cavidade bucal se acostumará com a peça na boca.

É comum no início dificuldades na fala, alimentação e aparecimento de pequenas lesões decorrentes de elevações na dentadura.

Por isso que o monitoramento do dentista nesta fase é importante, pois ele ajustará as elevações, eliminando assim a compressão nos tecidos orais.

Próteses dentárias mal adaptadas influenciam na mastigação (ex.: dificuldades de mastigar alimentos pegajosos), estética (ex. envelhecimento) e na relação social.

Quem nunca ouviu falar naquelas que “fulano foi falar e a peça caiu da boca?” Isso realmente ocorre!

Indivíduos com este problema tem dificuldades em se relacionar com pessoas, podendo afetar psicologicamente, e quando não resolvido, pode ser necessária a intervenção do psicólogo. E dependendo do grau de adaptação da prótese dentária, podem-se originar dores faciais.

Episódios de enjoo podem ser relatados por alguns clientes na fase de adaptação. Caso persista, verifique com seu dentista se existe sobre extensão da base da prótese para o palato mole.

A quantidade e qualidade de saliva também influencia no processo de adaptação da dentadura. Isso também deve ser analisado pelo dentista. Clientes que apresentam xerostomia (diminuição do fluxo salivar) podem ter problemas com adaptação da prótese.

Próteses totais inferiores sofrem influência direta da língua. A movimentação constante desta pode promover movimentação da dentadura.

E o tamanho pode até inviabilizar o uso de prótese total. Isto pode ser observado em indivíduos que apresentam macroglossia (língua consideravelmente grande).

E com o passar do tempo, a dentadura pode ficar “folgada” na boca do desdentado. No mercado, há produtos que promovem a fixação da peça protética nos tecidos, porém o correto é procurar um dentista para resolver este problema através de um reembasamento.

Prótese total x uso constante

A adaptação do indivíduo com a dentadura cresce proporcionalmente com o uso. Porém, recomenda-se passar algum período do dia sem a prótese, para evitar a proliferação microbiana, principalmente de fungos, mesmo em próteses bem higienizadas.

Não é recomendado que indivíduos com histórico de bruxismo (ranger os dentes) utilizem as próteses durante o sono, porque a ação ocasionada por este hábito parafuncional pode machucar os tecidos de suporte e promover a má adaptação da peça.

Porém, os usuários deste tipo de prótese não se sentem á vontade de ficarem sem a prótese, principalmente na presença do cônjuge.

Como fazer a higiene da dentadura?

Assim como um indivíduo dentado, a higiene da prótese total tem que se dá sempre após as refeições. Próteses dentárias sujas podem ser locais propícios a desenvolvimento de doenças, como a candidíase, além de constituir um fator provável de halitose (mau hálito).

A higiene das dentaduras é muito simples e pode ser realizada sempre que possível:

  • Utilizar escovas de cerdas macias ou aquelas escovas apropriadas para dentaduras (foto) com água e sabão ou até mesmo pasta dental;
  • Para idosos e portadores de deficiência motora, há no mercado agentes químicos efervescentes que contribuem para higienização, porém, sem substituir a higiene com a escova;
  • Durante a higiene da peça, tenha cuidado para não derrubar a peça na pia e quebrá-la. Para isso, coloque alguma proteção na pia, como uma toalha;

 

  •  Se for possível dormir sem a prótese, coloque-a dentro de um copo com água e bicarbonato de sódio (1 a 2 colheres de chá para um copo);

 

  •  Evitar utilizar agentes polidores e/ou água sanitária para não comprometer a estrutura da dentadura.

Prótese total x doenças oportunistas

Quando falamos de um ambiente quente e úmido, é impossível não correlacionar com fungos. Na boca não seria diferente.

Próteses dentárias mal adaptadas e mal higienizadas são ambientes favoráveis ao desenvolvimento de candidíase oral, com lesões que podem ser diagnosticadas facilmente por qualquer dentista.

Aqueles clientes que sempre tiveram tártaro na vida devem ser monitorados pois com grande chance apresentaram este problema na prótese total.


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Caso haja alguma dúvida, não hesite em perguntar abaixo! Mande sua dúvida que farei de tudo para te ajudar!

Grande abraço!

Wilson Correia Jr.

Comment on "→ Reabilitação Oral – parte II: prótese total (dentadura)"

  1. As informações contidas aqui são muito importantes, parabéns Dr. Wilson.

  2. Anônimo

    muito bom Dr.Wilson gostei parabéns!

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